Estados Unidos Esta quinta-feira ele expressou seu preocupação profunda devido à ameaça do presidente russo Vladímir Putin fornecer armas para Coréia do Nortealertando que tal medida “desestabilizaria” a península coreana.
Putin, durante uma visita a Pyongyang na quarta-feira, assinou um pacto de defesa mútua com o ditador norte-coreano Kim Jong-un, que prometeu o “apoio total” do seu país à invasão russa da Ucrânia.
Num discurso proferido quinta-feira no Vietname, Putin disse que Moscou não descartaria o envio de armas para Pyongyang, que descreveu como uma resposta à ajuda que o Ocidente presta à Ucrânia. “Os ocidentais fornecem armas à Ucrânia e a partir de então dizem que já não controlam nada e não importa como são usadas”, disse ele. “Bem, também podemos dizer que fornecemos algo a alguém e depois não assumimos responsabilidade por nada”, argumentou o presidente russo.
A ameaça “é incrivelmente preocupante”O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, disse aos repórteres.
“Isso desestabilizaria potencialmente a Península Coreana, dependendo do tipo de armas, e poderia violar as resoluções do Conselho de Segurança da ONU que a própria Rússia apoiou.”Miller disse.
Washington e seus aliados já acusaram a Coreia do Norte de fornecer à Rússia mísseis e artilharia que utilizou para atacar a Ucrânia.
Putin também alertou Seul esta quinta-feira para não fornecer armas à Ucrâniadepois que a Coreia do Sul disse que estava reconsiderando sua proibição atual.
Seul mantém há muito tempo uma política que proíbe a venda de armas em zonas de conflito activo, à qual se manteve apesar dos apelos de Washington e Kiev para reconsiderar a sua decisão.
Miller disse que “Cabe a cada país decidir se fornecerá armas à Ucrânia”. Ele acrescentou: “Acolhemos com satisfação qualquer apoio à Ucrânia na sua luta contra a agressão russa”.
Quanto ao acordo de assistência mútua em caso de agressão assinado na quarta-feira com Pyongyang, Vladimir Putin minimizou-o, argumentando que “não é nada novo”.
“Assinamos este acordo porque o antigo deixou de existir. E no acordo anterior de 1961 era tudo igual, não há nada de novo”, afirmou. Embora ele admitisse que “No contexto atual isto parece algo extraordinário”, acrescentou que “quase” nada foi alterado e que a situação no mundo exige o fortalecimento jurídico das relações com os parceiros da Rússia, especialmente na Ásia.
A Coreia do Sul “não precisa de se preocupar, uma vez que a nossa ajuda militar ao abrigo do acordo que assinamos só surge se for cometida agressão em relação a um dos signatários do documento”, disse o Presidente russo. E acrescento: “Tanto quanto sei, a República da Coreia não está a planear uma agressão contra a Coreia do Norte.”.
Putin sublinhou que, na realidade, o acordo que assinou com Kim Jong-un Será “um factor dissuasor para que a crise (coreana)” não se traduza num conflito armado. E, em resposta à pergunta de um repórter, descartou o possível envio de soldados norte-coreanos para o campo de batalha ucraniano.
(Com informações da AFP e EFE)