Após o escândalo no Capital Humano, Justiça investiga acordo milionário entre ANSES e outra organização internacional

A sede da OISS em Buenos Aires, em Sarmiento às 11h
A sede da OISS em Buenos Aires, em Sarmiento às 11h

Depois do escândalo no Ministério do Capital Humano sobre a suposta contratação de pessoal através da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) para evitar controlos e estatísticas oficiais, a Justiça colocou a lupa sobre outra organização internacional. É sobre o Organização Ibero-Americana de Segurança Social (OISS), com sede em Madrid (Espanha) e escritórios em diversos países da América Latina como Brasil, Colômbia, Costa Rica e Argentina. Tanto quanto ele poderia saber Informaçõesa Unidade Fiscal de Crimes Previdenciários (UFISES) abriu uma investigação criminal sobre os acordos que esta organização internacional celebrou com o Estado.

O OISS está focado em questões de seguridade social. ““Não contratamos pessoal nem compramos coisas”, disse um funcionário da organização quando questionado por este meio de comunicação em referência ao escândalo com a OEI. Esse assunto comenzó con una denuncia periodística en el programa Argenzuela y se activó a raíz de la denuncia penal que presentó el Ministerio de Capital Humano, a cargo de Sandra Pettovello, contra el ex secretario de Niñez, Adolescencia y Familia, Pablo De la Torre, que sigue em silêncio.

A apresentação foi baseada no depoimento de um “arrependido”, Frederico Fernández, então Diretor Geral de Administração daquela Secretaria. No dia 29 de maio, em pleno escândalo, aquele responsável revelou aos advogados da Capital Humano uma importante reunião que teve lugar no dia 24 de janeiro, onde foi decidido avançar com as contratações através da OEI, mas apenas por três meses.

Segundo a confissão de Fernández, os consultores foram pagos através de transferências bancárias, após certificação dos serviços por parte de funcionários do Ministério da Criança. Eles então retiraram o dinheiro de suas contas, trocaram-no por dólares e entregaram-no aos funcionários, que o distribuíram a trabalhadores que não faziam parte da folha de pagamento atual e outros a funcionários com baixos salários.

“O resto do dinheiro em dólares foi entregue a Pablo De la Torre para pagar os salários do pessoal que nunca foi nomeado”, disse o “arrependido”. Tudo é questão de pesquisa.

Pettovello com De la Torre antes do escândalo
Pettovello com De la Torre antes do escândalo

O caso está a cargo do procurador federal Ramiro González, que já promoveu as primeiras medidas de testagem. Na semana passada, o promotor pediu à OIE que explicasse Quantos contratos foram assinados durante o governo de Javier Milei e o valor total das despesas como resultado desse acordo. Paralelamente, o Governo ordenou uma auditoria de todos os contratos celebrados com aquela organização, não apenas os do Capital Humano. Conforme revelado pelo Infobae, esta tarefa ficou nas mãos de José “Cochi” Rolandi, o novo subchefe de gabinete.

O escândalo da OEI despertou interesse nos acordos com a OISS, que são muito menos conhecidos. A Unidade Fiscal de Crimes Previdenciários (UFISES), chefiada por Guillermo Marijuán, já coletou informações e detectou que Existe um acordo em vigor com a ANSES no valor total de 800 milhões de dólares. “É um contrato de assessoria técnica, não tem nada a ver com contratação de pessoal. Somos responsáveis ​​por fornecer treinamentos, cursos e seminários. Alguns são presenciais e outros remotamente”, respondeu uma fonte da OISS a este meio.

Os cursos presenciais são ministrados na sede da organização, em Sarmiento 1100, onde Informações Ele ligou várias vezes ao telefone e não obteve resposta. “O telefone fixo não funciona”, foi a resposta. No escritório de Madrid, onde funciona a Secretaria Geral da OISS, responderam apenas que a informação deveria ser canalizada desde Buenos Aires.

Promotor Marijuán lidera a UFISES (Télam)
Promotor Marijuán lidera a UFISES (Télam)

Dos 800 milhões comprometidos pela ANSES, O OISS cobra 5% como “custo operacional”, um número que se repete em acordos anteriores. No entanto, até agora, apenas cerca de 50 milhões foram transferidos. “No primeiro momento, eles nos contrataram para fazer três trabalhos. O primeiro já foi apresentado e os dois restantes estão em andamento. Um pequeno número de consultores seleccionados e nomeados exclusivamente por esta organização são responsáveis ​​pelas tarefas. Quando a ANSeS considerar pertinente, exigirá atividades, relatórios ou estudos no âmbito deste acordo”, explicou a mesma fonte.

A ANSeS destaca ainda que os acordos com a OISS não envolvem contratação de pessoal. “O OISS não serve para pagar nenhum salário nem nenhum funcionário que trabalhe na ANSES. São contratados serviços específicos de estudos, assessoria e consultoria previdenciária. E tais consultores não têm vínculo com a ANSES, são escolhidos sob responsabilidade da OISS. O que a ANSES consome são produtos de consultoria”, disse um porta-voz quando questionado pela Informações.

Os acordos da OISS com o Estado não são novos. Pela sua função específica, esta organização celebrou convênios nos últimos anos com o PAMI, a ANSES, o Ministério da Saúde e a Superintendência de Riscos Ocupacionais (SRT). Atualmente vigorariam apenas os da ANSES e do SRT.

Em silêncio, a Justiça investiga o motivo dos acordos com a OISS. E quer saber como foram auditados os recursos públicos disponibilizados. Na organização internacional asseguram que existe um triplo mecanismo de controle. E no Estado?

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