Acusado do triplo crime em Barracas foi processado e preso: o que acontece com a acusação da Justiça

Pamela Cobbas e Roxana Figueroa, duas das vítimas, junto com o filho de Pamela
Pamela Cobbas e Roxana Figueroa, duas das vítimas, junto com o filho de Pamela

Justo Barrientos, o acusado do triplo crime do incêndio de Barracas ocorrido há um mês que custou a vida de Pamela Cobbas, Roxana Figueroa e Andrea Amarante e causou lesões graves a Sofía Castro Riglos, foi processado com prisão preventiva pelo Juízo nº 14, sub-rogado no momento do ocorrido pelo magistrado Edmundo Rabbione. Isto foi confirmado por fontes do próprio tribunal. Informaçõesdurante visita ao gabinete judiciário do Palácio da Corte da Rua Talcahuano realizada esta manhã.

Porém, foi notável o sigilo quanto à classificação do arquivo. A fonte consultada que recebeu este cronista, de clara hierarquia no tribunal, recusou-se, após diversas perguntas cruzadas, a afirmar exatamente por quais crimes Barrientos estava sendo processado. Cobbas, Figueroa, Amarante e Castro Riglos viviam juntos no quarto número 14 do hotel familiar da rua Olavarría 1600, em situação precária. Os grupos LGBTQ que se mobilizaram após as mortes Alegaram que as vítimas foram atacadas por Barrientos, residentes locais, por causa de suas identidades lésbicas.

Isto, se assim for, deve ser expresso na acusação do caso. Informações acessou registros da Câmara Criminal e Correcional. A qualificação que aparece nesses registros é a de homicídio agravado por crueldade e traição. Ou seja, segundo a promotoria, Barrientos matou com especial crueldade para aumentar o sofrimento de suas vítimas e agiu para garantir suas mortes. Ele pode ser condenado à prisão perpétua se for considerado culpado.

Porém, O trecho do Código Penal que estabelece no artigo 80 o homicídio por ódio à condição sexual ou à circunstância agravante da violência de gênero não aparece aqui. A qualificação de um processo, claro, é sempre provisória: pode mudar com novas provas ou com as decisões tomadas pelo Tribunal de Justiça na análise do caso.

Vídeo: a operação dos Bombeiros após o incêndio

Pamela foi a primeira a perder a vida. Ele morreu um dia após o incêndio no Instituto Quemado. Mercedes Roxana perdeu a vida com 90% do corpo ferido por um incêndio dois dias depois, internado no mesmo local. Andrea Amarante morreu após cinco dias de agonia. Amarante – 42 anos, natural de um bairro periférico da capital Neuquén, ex-agente de saúde – morreu no hospital Pennapara onde ela foi transferida após o incidente.

Os médicos presentes no local descobriram que 75 por cento de seu corpo foi queimadocom vias aéreas superiores comprometidas.

Castro Riglos sofreu diversas queimaduras, mas evoluiu favoravelmente e foi transferido para uma sala comum do Instituto de Queimaduras semanas atrás. Barrientos também foi processado pelos graves ferimentos sofridos por Sofía Castro Riglos.

O processamento foi apelou esta manhã pelo advogado de Barrientos, um defensor oficial. O acusado foi transferido para uma prisão do Serviço Penitenciário Federal dias atrás, após estudo interdisciplinar que determinou sua imputabilidade, já que havia dúvidas sobre sua saúde mental no início do caso.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *