Obesidade na América Latina: as 8 razões do aumento e o que pode ser feito para reduzi-lo

A doença da obesidade não é uma responsabilidade individual, mas sim os determinantes do contexto em que cada pessoa vive, afirmaram cientistas do Brasil e do México na revista Nature Metabolism Foto: Freepik
A doença da obesidade não é uma responsabilidade individual, mas sim os determinantes do contexto em que cada pessoa vive, afirmaram cientistas do Brasil e do México na revista Nature Metabolism Foto: Freepik

Às vezes o quilos extras são sofridos com culpa. QUALQUER algumas das consequências são sofridascomo diabetes tipo 2, hipertensão, nível de colesterol alterado, síndrome dos ovários policísticos, depressãoou alguns tipos de Câncer. Porém, o doença da obesidade Não é uma responsabilidade individual.

Eles foram identificados 8 fatores que favoreceram o aumento taxa de obesidade em América Latinade acordo com uma nova revisão de estudos realizados por pesquisadores da Brasil e México. O trabalho foi publicado na revista Metabolismo da Natureza.

Durante os últimos 50 anos, As taxas de sobrepeso e obesidade triplicaram na região e já atinge 62,5% da população, segundo o Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Além do mais, Teme-se que o problema, que já é considerado uma epidemia, continue a crescer ainda mais.

A revisão publicada descreveu como os fatores favorecem que hoje haja mais crianças, adolescentes e adultos com obesidade. Os cientistas pertencem ao Universidade de São Pauloele Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC), com base no Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)que depende da Fundação FAPESP e o Instituto de Neurobiologia da Universidade Nacional Autônoma do México.

Na América Latina, as taxas de sobrepeso e obesidade triplicaram na região nos últimos 50 anos/Stephan Gladieu/Getty Images)
Na América Latina, as taxas de sobrepeso e obesidade triplicaram na região nos últimos 50 anos/Stephan Gladieu/Getty Images)

A obesidade é uma doença crônica complexa que Organização Mundial da Saúde (OMS) definido como “um acúmulo excessivo de gordura que pode ser prejudicial à saúde”.

Há um problema com impacto sanitário e económico, mas “uma argumento falacioso coloca todo o fardo da obesidade desproporcionalmente sobre os indivíduos e não em fatores sistêmicos”, alertaram os pesquisadores. Por “sistêmico” eles queriam dizer que existem questões no contexto onde as pessoas vivem que favorecem o ambiente “obesogênico” e interferem no acesso a uma vida mais saudável.

“Os países latino-americanos apresentam características que tornam os indivíduos particularmente expostos a estes factores, o que por sua vez parece explicar o aumento espectacular do fardo da obesidade”, observaram.

Um dos fatores que favorece o desenvolvimento da obesidade é que a população está exposta a produtos como refrigerantes e há dificuldades de acesso a alimentos saudáveis/ (Getty)
Um dos fatores que favorece o desenvolvimento da obesidade é que a população está exposta a produtos como refrigerantes e há dificuldades de acesso a alimentos saudáveis/ (Getty)

O fatores que operam como determinantes da obesidade na América Latina são:

  1. O ambiente físico
  2. Exposição a alimentos
  3. O interesse económico e político
  4. Desigualdade social
  5. Acesso limitado ao conhecimento científico
  6. Fatores culturais
  7. Comportamento contextual, incluindo incapacidade de praticar atividade física regular
  8. O genético.

EM Quanto a “ambiente físico”a industrialização, as emissões dos veículos e as regulamentações ambientais inadequadas favoreceram a poluição do ar e da águao que pode impactar desenvolvimento do excesso de peso na população.

A poluição do ar, o desmatamento e as mudanças climáticas também fazem parte dos fatores ambientais que impedem muitas pessoas de adotar uma alimentação saudável aliada à atividade física regular (Imagem Ilustrativa Infobae)
A poluição do ar, o desmatamento e as mudanças climáticas também fazem parte dos fatores ambientais que impedem muitas pessoas de adotar uma alimentação saudável aliada à atividade física regular (Imagem Ilustrativa Infobae)

As práticas agrícolas envolvem a utilização de pesticidas, herbicidas e fertilizantes, que podem contaminar o solo e a água e entrar na cadeia alimentar. A região é também muito vulnerável aos efeitos das alterações climáticas, como o aumento das temperaturas., eventos climáticos extremos e alterações nas chuvas. Há também migrações devido a estes problemas e pode tender ao consumo de produtos não saudáveis.

Outro fator é o exposição a alimentos de baixa qualidade nutricionaldenso em calorias e ultraprocessado, como refrigerantes, salgadinhos doces ou salgados, sorvetes, chocolates e balas, assados ​​e pães industriais. O fardo da obesidade na América Latina depende – em parte – da rápida mudança de uma dieta tradicional para o consumo deste tipo de alimentos industrializados.

“A urbanização, a globalização, a incorporação das mulheres no mercado de trabalho, com menos tempo para as famílias cozinharem e partilharem as refeições, e o desenvolvimento de uma indústria alimentar para responder às necessidades de uma população crescente e consumista, eles mudaram o estilo de vida humano tradicional“, notaram.

A insegurança nas cidades e a falta de espaços para praticar atividades físicas são limitações que as pessoas encontram na América Latina e que favorecem o desenvolvimento do excesso de peso/Arquivo Getty
A insegurança nas cidades e a falta de espaços para praticar atividades físicas são limitações que as pessoas encontram na América Latina e que favorecem o desenvolvimento do excesso de peso/Arquivo Getty

Eles também mencionam que grandes corporações globais que têm sido “evidentes grupos de pressão nas agências reguladoras de alimentos em muitos países, incluindo a América Latina. Infelizmente, os seus interesses económicos não estão necessariamente alinhados com os da saúde da população”, escreveram os investigadores.

Hoje Na América Latina, mais de 330 milhões de pessoas vivem com sobrepeso ou obesidade. Em diálogo com Informaçõesum dos coautores, Yazmin Macotelado Instituto de Neurobiologia da UNAMdisse: “Deve-se reconhecer que o A obesidade é um problema sistêmico que envolve a sociedade como um todo. Devemos procurar mudar o ambiente obesogénico, incentivando o consumo de alimentos saudáveis ​​que sejam acessíveis em termos de custo e disponibilidade.”

Para reduzir o consumo de junk food, os cientistas propõem a adoção de políticas públicas abrangentes que incluam a redução da desigualdade social.   (Imagens Getty)
Para reduzir o consumo de junk food, os cientistas propõem a adoção de políticas públicas abrangentes que incluam a redução da desigualdade social. (Imagens Getty)

Ao mesmo tempo, enfatizou, devem ser promovidas regulamentações rígidas para eliminar o consumo de produtos ultraprocessados, popularmente conhecidos como “junk food”.

Isso não é tudo. “Também deveria reduzir a desigualdade social para que as pessoas possam passar mais tempo em família, cozinhando e comendo juntas. Além disso, é necessário aumentar a atividade física, o que implica ter espaços adequados e seguros nas cidades. Promoção de hábitos alimentares saudáveis ​​e atividade física deve vir de governos e escolas para permear a sociedade em todos os níveis”, frisou Macotela, que trabalhou em conjunto com Sandra Roberta Ferreira, Lício Velloso e Marcelo Mori.

Um dos fatores identificados é que o acesso limitado ao conhecimento científico torna as pessoas mais obesas. “Ele conhecimento capacita as pessoas a tomar melhores decisões na vida, disse. Se o conhecimento sobre a obesidade, os graves danos que ela causa e seus fatores fossem amplamente considerados pela sociedade, “Estaremos mais bem preparados para prevenir e travar a epidemia e as suas consequências”mantido.

Padrões de rotulagem na frente dos alimentos são necessários para proteger a população da exposição a produtos não saudáveis.  Ressaltam que essas medidas também devem ser acompanhadas de uma abordagem e monitoramento integral /Ministério da Saúde de Neuquén/Arquivo
Padrões de rotulagem na frente dos alimentos são necessários para proteger a população da exposição a produtos não saudáveis. Ressaltam que essas medidas também devem ser acompanhadas de uma abordagem e monitoramento integral /Ministério da Saúde de Neuquén/Arquivo

consultado por Informações, Leila Guarnierigraduada em nutrição pela Universidade de Buenos Aires e pesquisador de organização não governamental FIC Argentinaconsiderou após ler a resenha publicada em Metabolismo da Natureza: “É interessante que a revisão tenha sido feita e que se considere que existem diferenças entre países e até dentro de cada um, porque existem grupos mais vulneráveis.”

Ao considerar os 8 fatores sistêmicos – comentou – “mostra que Medidas como rotulagem frontal dos produtos vendidos ou impostos saudáveis ​​são necessárias, mas não suficientes. Políticas de saúde abrangentes são necessárias em cada país e a nível regional, regulação e monitorização para combater a epidemia de obesidade.”

Além disso, Guarnieri concordou com os autores que é fundamental aumentar o investimento em pesquisas científicas sobre obesidade e sua divulgação na América Latina. Até agora, muitos estudos são provenientes de países desenvolvidos onde os factores podem ser diferentes.

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