Santa Cruz tira mais de cem moradores de rua das ruas

O Serviço de Atendimento Integral a Pessoas Sem Abrigo (SIAPSH) tem conseguido melhorar e alargar o apoio a quem se encontra em situação de elevada exclusão com um investimento social anual de cerca de 3 milhões de euros.

A Câmara Municipal de Santa Cruz de Tenerife, através do Instituto Municipal de Assistência Social (IMAS), atribui anualmente cerca de 3 milhões de euros ao cuidado dos sem-abrigo, tornando-a uma das cidades das Ilhas Canárias com mais recursos disponíveis para aliviar a situação dos sem-abrigo na capital, já que, além do Centro Municipal de Atendimento (CMA), o único do género em Tenerife, com 96 vagas, dispõe de um Centro de Demanda Mínima que agrega mais 20 vagas, mais as agregadas de supervisionados apartamentos, pensões e outros recursos de emergência.

Além destes recursos de alojamento, a Corporação, através da área de Acção Social dirigida por Charín González, dispõe de diversos programas de intervenção e apoio a cada uma das pessoas em situação de sem-abrigo, o que lhe permite prestar cuidados adequados e integrais a este grupo, destacando que mais de cem pessoas conseguiram sair das ruas e ingressar no sistema integral de atendimento a esse grupo.

O autarca, José Manuel Bermúdez, sublinha “a importância do compromisso de Santa Cruz com os sem-abrigo durante todo o ano, 365 dias, com atendimento integral a este grupo, com as Unidades Móveis de Extensão (UMA) para as pessoas que se encontram em situação de sem-abrigo” e reitera que “a que se somam os utentes que são atendidos no Centro Municipal de Acolhimento e as soluções habitacionais através de iniciativas que procuram a integração das pessoas em todos os sentidos, para que possam voltar a ter uma vida digna e autónoma.”

Por seu lado, a Vereadora da Acção Social destaca “a importância e o carácter essencial do trabalho em rede, da coordenação e da colaboração entre os diferentes recursos que servem directa ou indirectamente as pessoas sem-abrigo” e reforça o conceito de “a realidade das pessoas sem-abrigo, que tem sido a chave que gerou a necessidade de nos adaptarmos, de nos reinventarmos e de procurarmos recursos onde antes não existiam, por isso esta rede tem sido essencial para travar situações de exclusão social e dar uma resposta na medida das possibilidades disponíveis para quem tem solicitou.”

Há que ter em conta que a par destes recursos destaca-se o serviço da Unidade Móvel de Extensão (UMA), que dispõe de duas equipas dedicadas ao atendimento de pessoas em situação de sem-abrigo e que pernoitam em assentamentos. Portanto, é um dos poucos serviços dessas características que são prestados em todo o estado e cujo pessoal possui alta formação e especialização para assumir essa complexa realidade.

Este serviço constitui a primeira porta de acesso aos serviços sociais para pessoas que se encontram em situação extrema de exclusão social, e cujo trabalho permitiu, em 2022, servir quase 400 pessoas. Prova do trabalho desenvolvido pela UMA é o número de pessoas que conseguiram sair da rua em 2022, mais de uma centena, e o fizeram depois de atingirem os objetivos do seu plano de intervenção social.

Há que ter em conta que o Serviço de Atenção Integral às Pessoas Sem Abrigo (SAPSH) de Santa Cruz centra o processo de intervenção social na pessoa e para tal dispõe de vários programas de intervenção e apoio a cada um dos que se encontram em situação de sem-abrigo. Prova disso são os serviços prestados pelo Serviço de Atendimento Social, Educativo e Psicológico em 2022, quando foram contabilizados mais de 40 mil das 624 pessoas que em algum momento do ano passaram por este serviço.

Trabalhámos com eles num plano de inserção personalizado, foram acompanhados num processo de recuperação da deterioração nas diferentes dimensões da qualidade de vida e na superação das circunstâncias de vulnerabilidade. Além do atendimento educativo e psicológico, este serviço também realiza avaliação farmacêutica dos usuários sem recursos suficientes para aquisição de medicamentos e realiza os procedimentos pertinentes para obtenção dos medicamentos.

Relativamente ao alojamento temporário oferecido pela Câmara Municipal através dos seus diversos recursos, foi implementado um Serviço de Acolhimento, ao qual cabe o acolhimento inicial, a intervenção educativa, a prestação de informações gerais sobre todos os serviços e a prestação de orientações provisórias, servindo também de ligação para todos os serviços que compõem este recurso especializados no atendimento à população em situação de rua. Este é um serviço que funciona 24 horas por dia, 365 dias por ano.

Assim, o Serviço de Acolhimento Diurno atendeu 292 pessoas diferentes em 2022, que podem receber uma ou múltiplas ações, somando no total mais de 24 mil atendimentos que quase 300 pessoas receberam no ano passado. O amplo espectro de casos também faz com que este serviço direcione ações específicas às pessoas com deficiência funcional, que representam 43% das pessoas atendidas; outros com dependência de substâncias tóxicas, 38%, ou pessoas com mais de 65 anos e com determinado nível de exigência, que em 2022 sofreu um aumento significativo, 15%. Também os jovens, entre 18 e 30 anos, 11%.

Relativamente ao Serviço de Acolhimento Noturno, durante o ano de 2022 foram prestados 23.455 atendimentos a um total de 593 pessoas diferentes e, tal como acontece com o serviço diurno, também são efetuados encaminhamentos, quer para o IMAS para receber ajuda de emergência, quer para outros. , sala de jantar, etc.

A estes casos de sucesso devemos acrescentar aqueles que recebem cuidados através do Serviço de Atendimento Social, Educacional e Psicológico (SASEP), que é prestado a todos os sem-abrigo que são atendidos pelos serviços sociais municipais. Assim, no ano passado, um total de 289 pessoas puderam aceder a diferentes recursos de alojamento públicos e privados, das quais 21 foram para recursos de alojamento permanente como centros socio-saúde ou apartamentos vigiados, 29 mudaram para alojamento temporário ou recursos de protecção e 82 Ingressaram temporariamente nos recursos de cuidados de saúde.

Do total, e constituindo o número mais elevado, 109 pessoas acederam a domicílio privado após a intervenção desenvolvida pelo serviço e 48 deslocaram-se para fora do concelho para regressar ao local de origem, procurar novas oportunidades de emprego noutras cidades espanholas ou instituições europeias, aceder outros recursos de alojamento da rede de cuidados a pessoas em situação de sem-abrigo sem mediação dos SASEP, etc.

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