Após meses de debate, a província de A Rioja modificou sua constituição com o voto afirmativo da maioria das convenções constituintes. O mudanças incluem o limites de mandato de funcionários dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, a incorporação da renda básica universal e a incorporação de novos direitos dos cidadãos.
O Reforma constitucionalpromovido pelo governador Ricardo Quintela, foi aprovado na passada quinta-feira, na décima segunda sessão realizada pela convenção constitucional escolhida para o efeito. Foram modificados 20 artigos e acrescentados outros 30, incluindo direitos e terminologia atualizada.
O presidente da Convenção Constituinte, Ada Mazaliderou a última sessão ordinária na última quinta-feira. Estiveram presentes 30 do total de 36 representantesentre os quais faltavam aqueles que pertenciam ao União Cívica Radical (UCR)que representava a dura oposição.
A ordem do dia tratou do novo Preâmbulo, da sistematização, renumeração e ordenação do texto constitucional e, por último, das cláusulas transitórias e disposições finais. Cada tema foi aprovado por unanimidade.. Para entrar em vigor terá que ser publicado no Diário Oficial.
A aprovação foi conseguida praticamente com o partido governista liderado pelo governador Ricardo Quintela. Não houve representantes libertários, pois não havia lista de convencionais na votação que liderava na época Martin Menem a nível provincial.
Por sua vez, o setor Juntos pela Mudança abandonou o processo na última sessão e no dia da sanção da reforma nem sequer compareceu ao local. O principal argumento foi que foi incluída uma questão que não estava prevista na Lei 10.609 de reforma constitucional, que foi a criação da Ouvidoria das Vítimas.
- Renda básica universal: Trata-se de um rendimento de subsistência destinado aos setores mais vulneráveis da população entre os 18 e os 60 anos. A implementação e a fonte de financiamento serão estabelecidas por lei. Neste momento, o deputado nacional da Frente Pátria Grande, Itai Hagman, participou dos debates.
- Periodicidade dos mandatos: tanto o governador quanto o vice-governador, bem como os parlamentares do Poder Legislativo, poderão exercer o cargo por 4 anos e ser reeleitos por período consecutivo. O mesmo critério vale também para prefeitos e vereadores.
- Juízes com mandato limitado: Foi instituído um limite de 10 anos de mandato para os juízes, mas a possibilidade de prorrogação no cargo foi deixada em aberto.
- Paridade de gênero: Na formação de listas e na liderança dos partidos políticos é instituída a exigência de paridade entre homens e mulheres. Contudo, ao contrário do que acontece na legislação nacional, a paridade na sucessão não foi estabelecida em caso de renúncia ao cargo.
- Participação municipal: É garantida a autonomia institucional, política, administrativa, económica e financeira, que não pode ser limitada por lei ou por qualquer autoridade. Além disso, fica estabelecido que os municípios recebam um piso mínimo de 20% dos recursos coparticipáveis de origem federal, disponíveis gratuitamente e efetivamente credenciados.
- Assistência à Vítima: Qualquer pessoa que sofra um crime terá direito à assistência gratuita no processo penal através de patrocínio legal fornecido pelo Estado.
- Provedor de Justiça das Crianças: Foi definida a criação da Ouvidoria da Criança e do Adolescente, que tem como objetivo proporcionar acesso à justiça para setores vulneráveis de crianças e adolescentes.
- Novos altos funcionários judiciais: haverá dois juízes no Superior Tribunal de Justiça, a incorporação de um vice-procurador-geral, um vice-defensor-geral, um juiz eleitoral e um membro do Conselho Judiciário (representante do setor acadêmico).
- Incorporação de direitos sociais e comunitários: foram incorporados os direitos à igualdade e à não discriminação; o direito à água, à energia e à conectividade; direitos de quarta geração; e a perspectiva ambiental em relação ao acesso aos bens naturais.
- Propriedade, domínio exclusivo e exclusivo dos bens comuns naturais: A exploração, exploração e industrialização ficam restritas ao Estado provincial com distribuição de royalties entre os departamentos onde estão localizados os bens comuns naturais.
O dia começou com a aprovação do novo “Preâmbulo” constitucional, aprovado por unanimidade. O presidente do Comitê Editorial, Mariana Neves, destacou que este ponto resumiu o trabalho de reforma destes 11 meses. “O Preâmbulo não é uma mera expressão de desejos ou uma mera enunciação de princípios, mas é uma fonte de interpretação e orientação para garantir os direitos, seu alcance e significado”, expressou.
O relator indicou que o objetivo daquela seção era “garantir inclusão, igualdade, participação cidadã, acesso à informação, liberdade de expressão e uma redefinição do papel que pretendemos que o Estado provincial desempenhe a partir de 2024.”
“Bem como a concretização de um Estado mais igualitário, continuado, justo, com maior participação, transparência que gere confiança pública através da alternância e periodicidade somada à paridade, aos grupos minoritários, estes últimos especialmente mencionados no Preâmbulo, onde reivindicamos e reconhecemos o pré-existência de povos indígenas”.
Através de um texto “claro” e de fácil compreensão, “esperamos que os jovens possam aprender, amar e quem não é de Rioja decida nos amar”, explicou. “Finalmente, decidimos incorporar os nomes de mulheres e homens que fizeram história, com a ressalva de que isso não significa uma enumeração que exclua os lutadores sociais anônimos, os lutadores políticos anônimos, cada riojano que se levanta todas as manhãs e luta para sobreviver .e criar os filhos e ser cada dia melhor e não sair da nossa província”, considerou.
Depois foi aprovado sistematização, renumeração e ordenação do texto constitucional. E posteriormente, a sessão plenária aprovou as cláusulas transitórias e as disposições finais.
Já no trecho final da sessão, os convencionais tomaram a palavra para destacar o trabalho e comentar como foi o processo de reforma. “Fomos eleitos pela vontade popular numa eleição livre e soberana da província de La Rioja e hoje estamos aqui cumprindo a responsabilidade que nos foi confiada”, disse o convencional Griselda Herrera.
A convencional fazia referência à ausência de seus pares no bloco de Juntos pela Mudança: “Talvez, talvez por situações políticas diversas ou por egoísmo, hoje não estavam sentados nas suas bancadas cumprindo a vontade popular. Não é a vontade de um partido, é a vontade popular que nos dá o direito de estar nestas bancadas.”
Os alto-falantes convencionais seguiram na lista de alto-falantes Ariel Puy Sóriaque reafirmou que “não foi uma Convenção Expressa”; Marcelo Rodríguezque considerou esta nova Constituição “um ar fresco e um bastião da humanização da política”; e eles continuaram Gustavo Canteros, Silvia Carrizo, Enrique Mora, Shirley Pece e Lucas Delgadoentre outros convencionais.