O Geração Z está começando a rejeitar aplicativos de namoro a favor de conhecer pessoas na vida real. De acordo com Estatistaapenas 26% dos americanos com idades entre 18 e 29 anos usam serviços de namoro online, em comparação com 61% daqueles com idades entre 30 e 49 anos, de acordo com dados de setembro de 2023. Este declínio no uso de aplicativos de namoro indica uma mudança significativa no como os jovens estão buscando conexões românticas.
Jeff Guentherconselheiro profissional licenciado para indivíduos e casais, bem como autor do livro “Grande energia de namoro”comenta que os aplicativos de namoro priorizam o lucro em detrimento da experiência do usuário, de acordo com entrevista ao CNBC. Guenther observa que esses aplicativos são projetados para manter os usuários ativos na plataforma pelo maior tempo possível, afetando negativamente sua autoestima e saúde mental.
Esta abordagem comercial aos aplicativos de namoro levou a um fenômeno conhecido como “micro-rejeições”. Essas pequenas rejeições, que incluem o ghosting, resultam em um impacto cumulativo na autoestima do usuário, segundo Guenther. A experiência de vivenciar múltiplas microrrejeições pode fazer com que as pessoas se sintam menos valiosas e criar um ambiente prejudicial para a busca de relacionamentos.
De acordo com o relatório de tendências de namoro Dobradiça Publicado em fevereiro de 2024, pelo menos 95% da Geração Z que usa o aplicativo tem medo da rejeição, e mais da metade afirma que a preocupação com a rejeição os impediu de buscar relacionamentos em potencial. Esse medo da rejeição está levando os jovens a abandonar os aplicativos e procurar métodos tradicionais de conexão.
Uma pesquisa recente realizada por Eventbrite para 1.001 americanos mostra que quase metade da Geração Z preferiria conhecer o seu parceiro através de amigos em comum, de acordo com este estudo. Esta tendência sugere um regresso a formas mais orgânicas e pessoais de conhecer pessoas, desafiando o domínio das aplicações digitais.
Courtney Boyer, especialista em relacionamento e sexualidade, oferece diversas dicas para quem quer fazer essa transição. A primeira é dar a conhecer as suas intenções, de acordo com a sua intervenção no CNBC. Boyer recomenda informar ao seu círculo social que você está interessado em namorar, sugerindo que amigos e conhecidos podem facilitar apresentações úteis.
O segundo conselho de Guenther é participar ativamente do mundo real. O especialista sugere que os jovens saiam mais e participem em atividades, eventos ou mesmo manifestações que ressoem com os seus valores. Isto não só aumenta as oportunidades de conhecer novas pessoas, mas também permite estabelecer ligações com base em interesses e valores partilhados.
Guenther também destaca a importância de uma linguagem corporal aberta ao tentar conhecer novas pessoas. Isso inclui fazer contato visual e ser acessível. Ele menciona que é importante abordar as pessoas com uma introdução simples como “Olá, como vai?” e preste atenção aos sinais que indicam se a outra pessoa tem interesse em continuar a conversa.
Por fim, Boyer sugere agregar valor à vida de outras pessoas em vez de focar exclusivamente no namoro, segundo o mesmo veículo. Ela menciona que fazer pequenos gestos para alegrar o dia de alguém pode resultar em interações significativas. Esta abordagem altruísta e genuína pode ser mais envolvente e proporcionar melhores oportunidades para fazer conexões autênticas.
A Geração Z, apesar de ser nativa digital, está optando por uma abordagem mais tradicional e pessoal para encontrar um parceiro. Esta mudança reflete uma insatisfação com as experiências geradas pelas aplicações de encontros e sugere que as conexões humanas significativas continuam a ser críticas na procura de relacionamentos.