Oito bisões europeus foram reintroduzidos em Portugal após milénios de ausência

A monitorização constante irá avaliar a adaptação do bisão, o que é um primeiro passo para um futuro com mais rewilding em Portugal - The Grosby Group
A monitorização constante irá avaliar a adaptação do bisão, o que é um primeiro passo para um futuro com mais rewilding em Portugal – The Grosby Group

Num marco para a conservação da fauna europeia, oito bisões europeus foram reintroduzidos em Portugal depois de milênios de ausência. Estes imponentes herbívoros, oriundos de reservas naturais da Polónia, instalaram-se numa quinta em Castelo Branco no âmbito de um ambicioso “renaturalização” liderado por Reconstituição Portugal. “Esta é a primeira translocação de bisão europeu para Portugal”, declara a organização.

Esta iniciativa procura tirar partido do papel crucial que o bisão pode desempenhar na restauração de ecossistemas, na prevenção de incêndios florestais e na promoção da biodiversidade.

Bison, como grandes animais herbívoros, são considerados “arquitetos da natureza” pela sua influência na configuração da paisagem e no equilíbrio ecológico. Espera-se que a sua presença em Portugal gere os seguintes benefícios:

  • Redução do risco de incêndios florestais: Alimentando-se de vegetação inflamável, especialmente arbustos, os bisões atuam como aceiros naturais.
O bisão europeu regressa a Portugal após milénios de ausência, graças a um projeto de renaturalização - The Grosby Group
O bisão europeu regressa a Portugal após milénios de ausência, graças a um projeto de renaturalização – The Grosby Group
  • Promoção da biodiversidade: Ao abrirem clareiras em áreas florestais, permitem a entrada de luz solar que favorece o crescimento de diversas espécies vegetais, o que cria habitats mais ricos.
  • Promoção do turismo de natureza: A presença desses majestosos animais na natureza atrai visitantes interessados ​​na vida selvagem e na conservação, o que gera benefícios econômicos para a região.

“Como grandes herbívoros, os animais reduzirão o risco de incêndios catastróficos, reduzindo a vegetação inflamável e criando aceiros naturais, ao mesmo tempo que abrem áreas florestais, permitindo a entrada de mais luz e o crescimento de erva em vez de ervas daninhas”, explicam os promotores do projeto. projeto.

  • Peso e tamanho: O bisão europeu é o maior mamífero terrestre da Europa, com machos pesando até uma tonelada e medindo até 3 metros de comprimento.
  • Alimentando: São herbívoros estritos, alimentando-se principalmente de gramíneas, ervas e brotos de árvores.
  • Estrutura social: Eles vivem em matilhas lideradas por mulheres experientes. Os machos jovens formam grupos separados ou vivem solitários até a época de reprodução.
  • Importância ecológica: São consideradas espécies-chave pelo seu impacto na configuração dos ecossistemas. Sua presença beneficia uma grande variedade de plantas e animais.

Embora o bisão europeu não tenha habitado naturalmente a Península Ibérica nos últimos milénios, restos fósseis do seu antepassado directo, o bisonte das estepeso que indica sua presença na região em épocas passadas.

“Embora o bisão europeu não tenha sido registado naturalmente na Península Ibérica, foram encontrados na região restos do extinto bisão das estepes, do qual descende o atual bisão”, esclarece a Rewilding Portugal.

A experiência noutros países com climas semelhantes, como a Espanha, mostrou que o bisão europeu pode adaptar-se com sucesso à Península Ibérica. O rebanho introduzido em Portugal deverá seguir o mesmo caminho, fazendo-o prosperar como seu novo lar.

Esta primeira reintrodução é considerada uma projeto piloto. Os especialistas da Rewilding Portugal irão monitorizar continuamente a adaptação do bisão ao ambiente, a sua dieta, comportamento, padrões de movimento e impacto no ecossistema.

“Estamos a olhar para esta translocação como um projeto piloto”, explica Pedro Prata, líder da equipa Rewilding Portugal. “Os bisões serão monitorados para ver como eles se aclimatam à paisagem e ao clima locais. “Esta é a primeira vez que a equipa da Rewilding Portugal gere bisões, por isso é também um processo de aprendizagem para nós.”

O sucesso deste projeto poderá abrir caminho a futuras reintroduções de bisões noutras regiões de Portugal e da Península Ibérica, contribuindo para a recuperação deste emblemático herbívoro e para a criação de ecossistemas mais resilientes e biodiversos.

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